Depois de toda a repercussão que a notícia da chegada da Phorm ao Brasil trouxe, resolvi fazer um compêndio de todas as informações que chegaram através da área de comentários do meu blog.
- O tal Navegador não é nenhuma novidade: é mesmo produto lançado por uma empresa chamada Phorm no Reino Unido, que gerou bastante polêmica e fez com que a empresa fosse alvo de uma investigação na União Européia, que aliás ainda não acabou, e sofresse uma campanha maciça de usuários.
- A tal empresa Phorm tentou fazer um site de contra-propaganda utilizando táticas de contra-inteligência, mas parece que não deu certo e se tornou alvo de muitos ataques por parte dos usuários. Você pode encontrar mais informações nesse post sobre a chegada da Phorm ao Brasil e a nossa reação.
- Até mesmo Sir Tim Berners Lee entrou na briga reprovando a prática da empresa. Ele, como eu, acha que o conteúdo da navegação dos usuários contém informações demais para serem controladas por uma empresa.
O caso do Brasil é um pouco pior do que o do Reino Unido, porque como citado na área de comentários do post anterior, a primeira ação que os usuários podem tomar é simplesmente mudar de provedor. No caso do Brasil, onde não há tantas opções de escolha na maior parte dos lugares, pode ser muito difícil ou simplesmente impossível mudar de provedor, simplesmente porque não há outros. O que podemos fazer então? Utilizar “táticas” de guerrilha e um pequeno conjunto de ferramentas nerds para nos proteger. Uma boa dica é esconder o seu IP, utilizando essa dica do Guto Carvalho.
Contudo, somente esconder seu endereço pode não ser suficiente. As empresas já pensaram nisso, e conhecendo a enorme quantidade de coisas que podem ser utilizadas para esconder um IP, mais uma vez com o discurso de defender a privacidade do usuário, eles utilizam um ID para a sua conexão. O que quer dizer? As suas informações ficarão armazenadas num banco de dados do mesmo jeito, com um número que necessariamente sai da sua conexão associado a você e guardando todo o histórico. Então, não há outra alternativa: hora de partir para o Ciberativismo.
O primeiro passo é reclamar. Vamos “floodar” as caixas das companhias com reclamações do serviço e dizendo que não aceitamos a invasão e venda dos nossos dados. Podemos começar por aqui, colocando um monte de comentários negativos. Depois, podemos aderir a campanha já iniciada fora do Brasil, e ligar nos serviços de atendimento reclamando. Mas, principalmente, NÃO ACEITEM O TAL DO NAVEGADOR DE JEITO NENHUM. Pela lei brasileira, eles têm que nos fazer concordar com alguma coisa, e temos que dizer não. Como última tática, assinem a Internet da GVT. Além de ter a melhor qualidade, não exige provedor, ou seja, ficamos livres dessa gente. Pelo menos por enquanto…
Uma coletânea dos links do caso Phorm:
Campanhas de Ciberativismo contra a Phorm: https://nodpi.org or http://www.badphorm.co.uk.
Comentários do Tim Berners Lee;
http://www.w3.org/DesignIssues/NoSnooping.html
Informações sobre Phorm/Navegador/Webwise;
http://www.inphormationdesk.org/
http://www.donottrustwebwise.org/
http://www.iswebwiselegal.com/
Podcast do Steve Gibson sobre a Phorm;
http://www.grc.com/sn/sn-151.htm
Técnicas de defesa e contra-ataque:
https://www.dephormation.org.uk/
Outros links com mais informações:
http://en.wikipedia.org/wiki/Phorm
http://www.whatdotheyknow.com/request/downing_street_petition_website
http://blog.planetjamie.co.uk/blog/?p=649
http://www.bbc.co.uk/blogs/technology/2009/04/phorm_hoping_to_stop_phoul_pla.html
Obs.: Obrigado pelo amigo @cesaraovivo pelas dicas sobre a empresa Phorm e suas táticas.
There are 5 comments. Add yours
Pingback: Os números de 2010 « Eduardo Santos 3 de January de 2011
[…] Navegador é armadilha de uma velha conhecida: a Phorm março, 2010 4 comentários 5 […]